Após quase 2 anos de grandes turbulências, em razão dos efeitos da pandemia sobre os negócios, no Brasil e no Mundo, parece bastante oportuno reforçar o tema Planejamento Estratégico Organizacional.
Antes de tudo, e afirmo com certo conforto, aqueles que se aprofundarem no estudo das Estratégias Empresariais acabarão descobrindo um universo fascinante.
Imagino que, de alguma maneira, todos sabem o que significa Estratégia Empresarial, entretanto, se forem convidados a escrever sua definição é provável que muitos encontrem alguma dificuldade. É o que tenho constatado em projetos desenvolvidos sobre este tema.
Na literatura encontramos muitas definições e, entre tantas disponíveis, uma que particularmente me agrada é a dos autores americanos R.D.Ireland, R.E.Hoskisson e M.A.Hitt, que diz o seguinte:
“Estratégia é um conjunto integrado e coordenado de compromissos e ações, definido para explorar competências essenciais e obter vantagem competitiva”
Os autores foram felizes na definição pois, de forma simples e inteligente, conseguiram associar o tripé: Planejamento, Recursos e Objetivos.
Uma bússola nos diz onde está o Norte, mas não informa o que, ou como algo deve ser feito para chegar até lá!
O Planejamento Estratégico é um instrumento poderoso, e que vem acompanhado de "manual de instrução", oferecendo às Organizações caminhos alternativos para se alcançar um objetivo previamente definido (e obviamente desejado!)
Ao elaborar um Planejamento Estratégico diversas questões fundamentais precisam ser consideradas e analisadas.
A título de exemplo, cito algumas: recursos e capacitações da empresa, vantagens competitivas, atributos de produtos/serviços que agregam valor aos Clientes, cadeia de valor, características dos mercados (existentes e novos) e entre eles não somente o mercado comprador, parcerias estratégicas, novas tendências, onde a empresa é realmente forte, onde precisa melhorar, que oportunidades e ameaças se apresentam, quais indicadores de performance devem ser utilizados, entre outras tantas.
Sem exceção, são questões de grande importância pois irão sustentar compromissos e ações para que objetivos possam ser alcançados de maneira eficaz.
A notícia ruim é que, lamentavelmente, muitos gestores dedicam pouquíssimo tempo (às vezes nenhum) para discutir e elaborar estratégias.
Aqueles que gastam todo seu tempo apagando “incêndios”, ou “matando um leão por dia” como se diz, provavelmente terão maior dificuldade para identificar os motivos que conduzem as empresas para mares agitados e sem rumo definido. Adicionalmente, não sabem onde, e quando chegarão, e o que é mais grave, se chegarão “vivos”.
Pense a respeito. Vale muito a pena ausentar-se um pouco das turbulências diárias, para ampliar a visão e dedicar algum tempo, de forma disciplinada, à discussão e elaboração de estratégias de prazos mais longos.
As grandes conquistas empresariais certamente não foram discutidas e planejadas no dia imediatamente anterior ao da sua ocorrência.
Wagner Martos